Auto-educação e autodidadismo

Extraído do Curso Online de Filosofia, do professor Olavo de Carvalho.
Princípios e Métodos da Autoeducação:

1. Autoconhecer-se: devemos criar consciência dos nossos modelos mentais, do quanto nossos aprendizados familiares, escolares e experiências pessoais influenciam o nosso modus operandi atual.
2. Desenvolver o Imaginário: fazendo uso da Arte, da Música e da Literatura. (Convido você a ler o livro que publiquei no Wattpad "Por que ler ficção?")
3. Desenvolver a Retórica, no senso clássico da palavra: somente com esta capacidade seremos capazes de nos expor com acurácia tanto escrita quando verbalmente.
4. Usar a Dialética: devemos formular hipóteses e testá-las à exaustão. A Dialética nos traz isto.
5. Aplicar a Lógica: somente após percorrer os quatro pontos acima, devemos nos aprofundar no campo da lógica

Agora que você leu o método do Olavo de Carvalho, você pode tirar uma grande noção de o que é o curso dele.

O Olavo nos mostra que é possível começar uma vida intelectual do zero, saindo da inércia e do estado de besta-quadrada à um intelectual e pensador. Eu indico fortemente o curso do Olavo pra quem tiver real interesse em mudar suas vidas, mas a intenção deste artigo não é fazer uma mera propaganda ao curso e sim expor um ponto de vista meu -- o qual estou me baseando no material do Olavo.

É importante salientar que é quase impossível abstrair um conteúdo via livros e aprendê-lo de fato, sem a presença de um tutor físico e vivo -- um professor. É um dom que poucos tem. Como filosofar sem um filósofo lhe instruindo como fazer isso? Isso foi abordado em uma das aulas do curso online de filosofia. O Olavo dizia que o conhecimento é, muitas vezes, aprendido por um cara que aprendeu de outro cara, que aprendeu de um outro cara, que aprendeu de um outro cara e que por fim de um cara que aprendeu sozinho. Faz sentido.

Eu apoio o autodidatismo em cem porcento. O grande revés é que, sem a devida orientação, o indivíduo pode pendurar para um autodidatismo confuso e improdutivo, e pode até se alienar. Quando o autodidata se recusa a ter um tutor já é sinal de que o autodidata não quer ser influenciado por opiniões de terceiros principalmente por achar que apenas a própria ideia é válida.
"Se não educares sua mente, alguém vai."

Não significa que é ruim quando alguém lhe instrui, ou lhe educa. Não é ruim aprender com alguém, receber ideias de alguém. O problema é que quem recebe as ideias, em muitos casos, SE ESQUECE de questionar e buscar mais e mais.

É importante que, no processo de auto-educação, se desenvolva muitas virtudes -- em especial, a virtude da sinceridade. Pois só é possível filosofar quando se é verdadeiro, e se você não tem respeito pela verdade, você não tem respeito por nada.

A minha opinião resumida: Baseando em tudo o que aprendi com o Olavo, nós nos auto-educamos, estudamos sozinhos, mas não significa que todo o processo dessa abstração do conhecimento tenha sido inteiramente um mérito nosso. Alguém ensinou algo. Alguém compartilhou um conteúdo. Alguém lhe mostrou como se faz. Se não (o que é raro), tens de fato um dom. Aprender com os outros, abstraindo ideias dos outros, não significa alienação. Ter as próprias ideias não significa ter a ideia certa e correta sobre as coisas, ter uma opinião própria não torna ela melhor ou verdadeira. Eis meu ponto de vista.

Você, leitor, só irá conseguir se auto-educar se você entender isso o que quero dizer. Ter a humildade de reconhecer que você não é dono da verdade e que estamos todos buscando por ela, sinceramente e verdadeiramente. Cuidado com o autodidatismo. Eu fui autodidata em quase todas, se não todas, as áreas do conhecimento que me adentrei. Porém, reconheci, graças ao Olavo, de que o mérito de todo o meu conhecimento não foi inteiramente meu. E não tem problema nenhum em não ser. Já escutei pessoas dizendo que quem não tem as próprias ideias é um alienado. Reflita você sobre isso, leitor.

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