Honestidade: Uma virtude ou obrigação?

Virtudes, por sua definição, só vêm da prática. A virtude se adquire através de meios, ou seja, deve-se praticar o influxo até que se torne uma virtude, até que se torne parte de nós. Exemplos claros disso: Humildade; reconhecer que não somos o centro de tudo, e tornar essa ideia algo permanente em nós, ou seja, tornando isso uma virtude e não apenas uma conveniência.

Não sermos humildes apenas quando conveniente, mas por virtude, ou seja, sempre. Virtudes devem ser praticadas para se tornarem parte de nós. Quando mentimos por conveniência, ou quando somos bonzinhos por conveniência, ou qualquer coisa, não estamos sendo virtuosos, apenas espertos. E isso carrega nas costas um peso moral a qual nos leva conversar sobre HONESTIDADE.

Por meio deste conceito, podemos concluir que se honestidade é uma virtude. Ser verdadeiro, não tirar vantagem de alguma situação em benefício próprio, não ferir ou agredir a propriedade alheia, são virtudes. Por que afirmo isso? Porque acredito que a honestidade seja peculiar às outras. E também porque não existem apenas as virtudes cardeais e teologais. A honestidade é tanto um dever moral quanto uma virtude, o que caracteriza uma VIRTUDE MORAL. É um obrigação e ao mesmo tempo uma virtude.

Esta reflexão me veio à tona por conta de uma colocação que li num fórum. Disseram que honestidade é uma obrigação, não uma virtude. Fizeram como se uma coisa anulasse a outra. Confundir um dever com uma virtude é um erro grotesco. Existem obrigações e deveres que não são virtude, mas todas as virtudes são um dever. Um exemplo de obrigação não necessariamente uma virtude seria: "Chegar sempre no horário, ser pontual." "Honrar com sua palavra e seus compromissos." "Não agir de forma suspeita, amedrontando as pessoas." "Ser verdadeiro." Etc. Todos estes são deveres!

Quando estive lendo a discussão naquele fórum, fizerem várias colocações sobre políticos terem a obrigação de serem honestos. Ou seja, concluíram que um político ou qualquer outro indivíduo deve ser honesto por obrigação -- não por virtude. Em meio a tantas tentações, quem se mantem honesto cumpre não só com seu dever mas também contribui para adquirir essa virtude. Em meio a tantas tentações, ser honesto faz-se uma virtude. Enxerguemos a realidade brasileira, onde ser esperto é tentador, onde o crime compensa, onde existe impunidade. Ser honesto sempre foi um dever, e nesse contexto, faz-se uma virtude.

E, creio eu, que independente do contexto, a honestidade sempre será uma virtude. Em toda a historia da humanidade houve gente desonesta, mas somente sendo honesto e verdadeiro que podemos assumir e nos comprometer verdadeiramente com a busca das demais virtudes. Somente sendo verdadeiros podemos caminhar para frente com dignidade. A partir da honestidade e da sinceridade podemos caminhar para outras virtudes, incluindo as virtudes cardeais e teologais. Ou você acredita ser possível tudo isso sem ser sincero consigo mesmo? Reflita.

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