Por que ser solteiro é tão bom para um homem?

Recentemente estive refletindo sobre minha vida de solteiro. É algo inevitável, pois minhas tias perguntam, colegas de trabalho perguntam e até os amigos que já se casaram também perguntam. E convenhamos, é um saco ter que responder a mesma pergunta infinitas vezes.

Como todo bom estudioso sabe, o ser humano é um ser social, que por mais que aprecie a solidão, precisa de um equilíbrio entre o social e o solo. E sabemos que, para que se tenha uma boa solitude, é preciso haver equilíbrio.

A ideia nunca foi depositar suas esperanças de uma vida feliz em alguém, mas sim em si mesmo. Percebe-se que existe um desequilíbrio entre os iludidos que depositam suas felicidades em relacionamentos, e nos metidos a Schopenhauer que se isolam de todo contato social.

Sim. É inevitável pensar em constituir uma família, criar uma prole, compartilhar esse vinculo emocional forte com alguém. Amar, de fato. Afinal de contas, a grande máxima da nossa existência é o amor. A filosofia nos mostra isso, a religião nos mostra isso, a biologia também nos mostra isso. Fomos feitos para amar.

A questão é que, ao observar muitos relacionamentos desse mundo moderno, passamos a imaginar que talvez os relacionamentos tradicionais não funcionem mais. Os relacionamentos estão líquidos, as pessoas estão rasas, egoístas e ao mesmo tempo exigentes. As pessoas ainda não encontraram o equilíbrio entre o social e o solo. Não saem de suas zonas de conforto, tanto para iniciar um relacionamento quanto para buscar inovar no relacionamento atual.

Algumas pessoas desistiram, como eu. E não dá pra culpar quem desistiu, pois relacionamento nunca dependeu somente de uma parte, mas de ambas as partes. Isto é, reciprocidade.

Alguns acasos também são fatores super importantes para ditar se o relacionamento dará certo ou não, acasos que por sua vez muitas vezes não dependem de nós. Por exemplo: a família e a distância.

Além de contar com um dedo seletivo e criterioso, é preciso também contar com a sorte de que essa pessoa more perto e não tenha uma família composta por filhas da puta. É mais fácil desistir, realmente. Uns desistem por simplesmente acharem que tem um dedo ruim para escolhas, por acharem que as pessoas são descartáveis, ou que ninguém vai ser tão recíproco. Uns lidam com isso se entregando nas bebidas, nas baladas, arrumando um contatinho vez ou outra. Outros lidam rezando terços em casa na espera milagrosa de um José ou uma Maria, achando que em algum momento Deus vai ouvir essas preces e fazer cair do céu aquela pessoa que você (ou Deus) tanto idealizou que você namorasse.

Isso dói. Dói ter que esperar ou correr atrás de tudo isso.

Escrevo este artigo pra falar da Solitude. Um termo que aprendi recentemente assistindo algumas realidades sobre o mundo masculino.

Atualmente, venho considerando muito a ideia de esquecer isso de casamento, vocação matrimonial e relacionamentos sérios. A privação desses compromissos trazem menos sofrimento, menos surpresas indesejadas e menos gastos financeiros em vão. Manter o foco em desenvolvimento pessoal, exercitar a solitude para se sentir completo tanto com alguém quanto sozinho, se faz um investimento muito mais inteligente do que gastar tempo e dinheiro em tentativas de encontrar alguém que possa preencher algum tipo de vazio ou uma mínima carência afetiva.

Uma carência afetiva pode ser enfrentada com solitude, focos, metas e prioridades. É o método menos nocivo, ao meu ver. Uns lidam com isso através de atitudes bem nocivas e deploráveis, como por exemplo, atitudes de gado, dando migalhas de atenção para todas as mulheres que interagem em redes sociais. Homens que tem esse tipo de atitude são bem mais deploráveis do que homens que lidam com isso através de uma rápida punheta, pois um homem que infla ego de mulheres nas redes sociais contribui para que a sociedade de hoje seja tão líquida e vazia.

Ao analisar os relacionamentos como se fossem um "mercado", podemos facilmente perceber que as mulheres, na sociedade atual, dominaram os espaços e as mídias sociais. Basicamente, as mulheres estão a todo instante sendo bajuladas por homens em suas redes sociais. De um simples "oi linda" no chat privado a um comentário gentil na foto de perfil. E isso contribui muito para que as mulheres tenham mais opções de escolha, o que dificulta ainda mais para que homens "sejam competitivos" entre si. Esse fenômeno é chamado de hipergamia, o que eu chamo de "resultado" dessas atitudes dos homens de hoje.

Uma mulher pode faturar uma grana alta se vendendo no onlyfans, enquanto um homem nada mais é do que um lacaio que pode ser usado de pedestal para esse sucesso. Vivemos em um tempo em que a bestialização está sendo normalizada. Andar torto é considerado normal, e quem anda reto um dia será crucificado.

Um homem se tornou muito descartável a uma mulher, que por sua vez, as mulheres tem um leque de escolha muito maior. Se um homem sai de suas vidas, a fila de bajuladores é crescente (até para mulheres consideradas feias). E os homens que não são a alta elite do padrão de exigência feminino, sem saída, estão se tornando cada vez mais inseguros e tomando cada vez menos atitudes. Isso é a prova cabal de que o problema não é que os homens estão "mais frouxos" e sim deixando de acreditar que ainda vale a pena gastar esforços com esse "mercado" inflado.

Alguns homens ainda não perderam a esperança e continuam entrando em relacionamentos. Porém, é visível que a grande maioria dos relacionamentos começam e não duram muito. É algo normal, pois um namoro sério é sim passível de términos. Porém, relacionamentos desgastam. Deixam marcas. E muitas tentativas em vão podem frustrar uma pessoa.

Isso acontece até mesmo com a tal da união indissolúvel chamada de "casamento", a qual aparentemente é mais dissolúvel do que bordas de papel higiênico. Talvez a serventia de ambas as coisas seja pra limpar a merda, mas o cu pode continuar sujo.

Não é surpresa que muitos casamentos de hoje, as tais "uniões indissolúveis" de hoje, são tão instáveis quanto relacionamentos adolescentes. O número de mães solteiras falam por si só. O número de divórcios, traições, piadas de casados, piadas de corno, músicas sobre esse tema, etc.

Tenho certeza que conheces algum amigo que tem pais separados, ou você mesmo. É algo super comum. Tão comum que as vezes acho que os filmes românticos massacram a realidade de formas cruéis para quem os assiste. As pessoas a nossa volta, inclusive aquelas que tem tudo, também se separam. Não se sabe por quê. Posso citar vários exemplos: Não se sabe o que faltou em um relacionamento entre Luisa Sonza e Whindersson Nunes. Nem tampouco sabemos o que levou aos indícios de um possível romance com o artista Vitão, sendo que Whindersson Nunes sempre apoiou Luisa com seu trabalho, suas fotos vulgares, músicas com clipes extravagantes e contribuía para que ela tivesse toda liberdade do mundo, servindo como um belo exemplo de marido feministo. E exemplos como esse não são casos isolados. Não se sabe o que levou a separação de Joelma e Chimbinha, William Bonner e Fatima Bernardes, Gusttavo Lima e Andressa Suita (que virou assunto super comentado em 2020), os pais de Neymar Jr, e vários outros exemplos que na real cansam de eu ter que citar. Bem como separações futuras depois desse artigo que com certeza vou ter uma preguiça tremenda em ter que atualizar esses exemplos.

De provas já temos muitas. A única conclusão lógica é que casamento é uma instituição falida e que não importa o quanto você seja um homem de sucesso. O risco é igual. Você pode acordar, seja em uma cama dourada, ou um colchão velho, ao lado de quem ama e ouvir: "não te amo mais."

Um casamento não custa barato. Um divórcio é ainda mais caro. Investir um tempo considerável de sua vida a alguém e "não dar certo" custa tanto aos nossos bolsos quanto à nossa inteligência emocional. E as estatísticas dizem que a possibilidade de um divórcio é cada vez maior nessa sociedade atual.

A saída que muitos homens encontram, homens decentes que ainda pensam em relacionamentos, constituir família, é se abdicar de todos esses desejos e simplesmente viverem suas vidas sozinhos. Viver a vida prezando a solitude, suprindo suas carências afetivas com mulheres que também buscam o mesmo.

Não vejo as redes sociais como principais culpadas desse fenômeno, mas sim vejo o feminismo. O feminismo sim é o principal responsável por tudo o que acontece nesse "mercado inflado", bem como também o principal responsável por toda a hipocrisia feminina que hoje se alastra sem freio. Posso fazer um artigo separado falando o que eu acho.

Do ponto de vista masculino da coisa, creio que é infinitas vezes mais estressante se arriscar com relacionamentos. O homem é quem tem o ônus da conquista. É quem tem que se virar nos trinta pra aprender a falar bem, se expressar, se vestir bem, tirar boas fotos, aprender como se portar caso a mulher seja difícil, aprender a mover paus e pedras tudo enquanto a madame fica sentada escolhendo a dedo quem terá ou não a chance de ter algo com ela.

Talvez sua amiga ou namoradinha discorde fortemente do que eu disse nesse artigo, afinal, vão alegar que dá muito trabalho se maquiar e dar dicas sutis aos homens para que eles adivinhem que ela quer ficar com ele. Deve ser difícil mesmo. Mas para mulheres, é muito mais vantajoso ter um lacaio rastejando sob seus pés de unhas pintadas com o dinheiro bancado por ele. A realidade masculina é diferente. Pelo menos do ponto de vista masculino, sim - ser solteiro é muito melhor. Nós homens temos muito menos apoio social para tudo. Não há homem que aguente, independente do quão seja forte.

Enfim, a saída deste inferno hipergâmico é não buscar relacionamentos. Se um relacionamento vier, que venha. Se seu dedo seletivo escolheu muito bem uma mulher minimamente recíproca, e você deu a sorte de não morar 2000km dessa garota, e se a família dela não é composta por idiotas, então mergulhe de cabeça. Se não vier, apenas viva. O foco é o amor próprio. É Solitude.

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