Por que não sou Existencialista

O existencialismo é a crença de que o indivíduo é o único responsável em dar sentido à sua vida. Quando os existencialistas são abordados sobre as dificuldades da vida, alegam que não importa o quanto você faça para melhorar a si ou aos outros, pois "vamos todos morrer" de qualquer forma. Muitos existencialistas acreditam que a grande vitória do indivíduo é perceber o absurdo da vida e aceitá-la, como um conformismo barato. Resumindo, você vive uma vida miserável, pela qual você pode ou não ser recompensado por uma força maior (que no caso, seria Deus). Se essa força existe, por que os homens sofrem? Se essa força não existe e a vida é absurda em si mesma, por que não cometer suicídio e acabar com o sofrimento?

Percebe o quanto o existencialismo é falho e por um lado até infantil?
Muitos compartilham a frase de Sartre sem meditar acerca dela. A frase "A existência precede a essência."

... se Deus não existe, há pelo menos um ser, no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem ou, como diz Heidegger, a realidade humana. Que significa então que a existência precede a essência? Significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente é nada. Só depois será, e será tal como a si próprio se fizer. - Jean Paul Sartre

Sartre dizia então que o indivíduo, no princípio, somente tem a existência comprovada. Com o passar do tempo ele incorpora a essência em seu ser. Não existe uma essência pré-determinada. Com esta frase, os existencialistas rejeitam a ideia de que há no ser humano uma alma imutável, desde os primórdios da existência até a morte. Esta essência será adquirida através da sua existência. O indivíduo por si só define a sua realidade.
Isso claramente não é compatível com a Doutrina Católica. Sartre começa sua frase afirmando "...se Deus não existe..." ou seja, pressupondo a não existência de Deus para embasar sua argumentação. O problema é que, Deus existe sim. Ou melhor, Deus É. Ou seja, Deus não pode ter existido, porque existência pressupõe surgimento. Deus É, e nada existe fora de Deus (tal como a realidade, incluindo a felicidade).

Isso é o suficiente para desconstruir todo o pensamento existencialista. Se Deus É a realidade, então é também a felicidade. Portanto, a felicidade não pode existir fora d'Ele. Logo, Deus é felicidade. Basta uma breve consulta no parágrafo 1718 do Catecismo da Igreja Católica nos faria entender que o desejo pela felicidade é natural e de origem divina. Foi o próprio Deus quem colocou essa aspiração no coração do homem a fim de atraí-lo a Si.

Caso a explicação não seja o suficiente, leia a seguinte frase de C.S. Lewis:

Se eu encontro em mim um desejo que nenhuma experiência desse mundo possa satisfazer, a explicação mais provável é que eu fui feito para um outro mundo...Se nenhum dos meus prazeres terrenos é capaz de satisfazê-lo, isso não prova que o universo é uma fraude. Provavelmente os prazeres terrenos não têm o propósito de satisfazê-lo, mas somente de despertá-lo, de sugerir a coisa real. Se for assim, tenho de tomar cuidado para, por um lado, jamais desprezar ou ser ingrato em relação a essas bênçãos terrenas, e, por outro jamais confundi-lo com outra coisa, da qual elas não passam de um tipo de cópia, ou eco, ou miragem.

É por isso que não sou existencialista. Porque creio em Deus, creio na Igreja e creio em Cristo. Não há equilíbrio nisso. Creio que a felicidade, por mais que não seja possível encontrá-la em Terra, me é prometida numa realidade celeste, muito além dessa. Não sou existencialista porque sou herdeiro do céu.

Romanos 8,17.
Se somos filhos, então, também somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se realmente participamos dos seus sofrimentos para que, da mesma maneira, participemos da sua glória. 

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