A luxúria é o pecado mais difícil de ser vencido.
A maioria dos pecados capitais, quando analisados, parece representar um desvio ou um excesso de ações e sentimentos inerentemente humanos e, em certa medida, inofensivos. A gula é o consumo desmedido, não a alimentação em si; a ira se manifesta quando a indignação justa se torna um sentimento incontrolável; a inveja, em sua forma pervertida, é a cobiça que nasce da admiração. Da mesma forma, a avareza distorce a natural busca por segurança financeira, o orgulho corrompe a autoconfiança e a preguiça anula a necessidade de descanso. Para cada um desses pecados, parece haver uma linha tênue, um ponto de equilíbrio que permite a ação sem a transgressão. No entanto, a luxúria surge como a única exceção a essa regra. Enquanto a concupiscência — o desejo carnal — pode ser vista como algo natural e inevitável, a tradição religiosa a enquadra como um pecado que não possui um meio-termo aceitável. Imagine uma jornada. Você se inspira em alguém que possui algo que você admira, como uma habilidad...